quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Educação Proibída

Para todos alunos, ex-alunos, professores e pessoas.

Filme:A Educação Proibída.

Volta ao mundo em 12 escolas!

Projeto que precisa do financiamento de todos nós feito pelo site Catarse. Um projeto que pretende visitar escolas alternativas ao redor do mundo e fazer um livro apartir disso.
Ajudem se puderem ou compartilhem. Eles têm 9 dias para conseguir a sua meta ou vão perder todo o dinheiro.
http://catarse.me/pt/livro-volta-ao-mundo-em-12-escolas
Valeu, pessoal!
Educação é o mudar do mundo!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

MULHER

Griff Maças Podres 
São muitas e únicas. São loiras, morenas, brancas, negras, lésbicas, bissexuais, engenheiras, filósofas, costureiras, caminhoneiras... Mas há entre todas elas uma fumaça densa que penetra pelos poros de todas e todos. A fumaça tem nome ciêntifico de machismo. São como muitas outras grandes nuvens criadas por ideias mirabolantes que os homens martelam por anos e anos, e mesmo um dia acordando e parando de martelá-las, elas continuam corroendo, como cânceres sociais.
No caso, o machismo é a ideia de que os homens são superiores às mulheres. Antes, a menina nascia como sendo posse do pai e morria sendo posse do marido. O fato é que, mesmo a resistência feminina sempre existindo e mesmo exaltando-se com o movimento feminista dos anos 60 e 70, quando se conquistou direitos como o voto, o divórcio, à proporiedade, o acesso a contraceptivos e cuidados com a gravidez, incluindo pré-natal e lincença-maternidade; ainda hoje, essa prática está em voga: no pensamento, na fala, na brincadeira e, principalmente, na prática.
Será mesmo? Se não, então responda-me porque, as meninas têm de lutar com muito mais garra e paciência a sua liberdade muito mais tardia do que os meninos? Porque no Brasil uma mulher é agredida a cada cinco minutos e em 70% dos casos foram praticadas por namorados, maridos ou ex-maridos? Porque as mulheres têm um salário menor do que os dos homens para um mesmo cargo? Porque 6,8 milhões de mulheres já foram espancadas pelo menos uma vez? Porque entre 84 países, o Brasil está em 7° lugar em assassinatos de mulhers? Porque o medo de toda mulher ao sair na rua não é de ser assaltada, mas sim, estuprada? Para tudo, uma única resposta: o machismo está presente no nosso mundo.
O cotidiano é repleto de exemplos que reforçam essa ideia, reproduzida pela mídia e por muitos de nós. Fazendo-se sentido por todas as mulheres diretamete ou indiretamente. Atitudes que parecem banais, mas reafirmam essa mentalidade. Tal como quando o seu companheiro quer controlar a roupa que usa ou o salto "para não ficar mais alta que ele" ou se te força a transar, de ir em algum lugar, de sair com alguém. Se não quer que trabalhe ou sente vergonha por ganhar mais que ele ou se acha que o serviço doméstico é dever da mulher. E se vocês adoram as músicas (que são muitas) que tratam da mulher como um objeto, sem opnião própria? Ese adoram um cerveja com uma mulher "gostosa"? Claro, porque assim "desce redonda", não é? Ah! E quando vão ver exposições de carros e cada carro tem a sua mulher do lado! Ou quando ficam rindo de piadas que transformam o humor em preconceitos, tipo "lugar de mulher é no fogão!". hahaha Como é engraçado! Mais ainda é quando, nas delegacias ouvimos as mil histórias de mulheres com os rostos e os corpos deformados, porque o marido estava bravo ou bêbado e bateu nela ou quando daquele assédio na rua, passou para um estupro... Isso quando elas vão pra delegacia! Porque mais legal ainda é ver a sua mãe apanhando e depois com medo de denunciar.
Mais legal é ver sua filha morta pelo namorado. Muito legal, não é? Não. Isso não é exagero, isso é algo sério que afeta mais de 6,8 Milhões de mulheres. E ainda há pessoas com a coragem de colocar a culpa na própria oprimida!
Isto tudo é um absurdo. É desumano, insensível e irracional. É necessário que mudemos (todAs e todOs) de atitude. Pense que cada vez que aceita, propaga ou coopera com atitudes machistas, você está colaborando com cada um desses crimes que humilham, traumatizam e matam em todo o Brasil e no mundo (na África do Sul uma menina tem mais chances de ser estuprada do que aprender a ler). É necessário que mudemos. Cada um de nós. Com respeito e resitência. Lembre-se! Feminismo não é o contrário de machismo.
 Malcolm Evans Cartoon
Feminismo é a luta pela igualdade entre homens e mulheres. E somente com a igualdade é que a Humanidade terá espaço.
Montagem de Eugênio

MULHER

 
 
 
3° Edição:


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O sistema de cotas raciais

Por: Gerson Alves de Souza - 1º Sargento do Exército Brasileiro.

A desembocadura de águas imiscíveis

Qualquer pessoa mediana sabe que a solução do problema da desigualdade social brasileira passa necessariamente pelo investimento na melhoria da educação básica e fundamental da rede pública de ensino. O que pouca gente sabe é que esta solução tende a nunca acontecer, pois, assim como as águas dos rios Negro e Solimões não se misturam, apesar de caminharem juntas, em decorrência das diferentes temperatura e velocidade, de uma e de outra, assim também caminha a ganância capitalista e as demandas sociais, lado a lado, com nítidos pesos políticos diferenciados, para uma e outras, com reflexo preocupante, para não dizer desastroso, no grande rio barrento da sociedade brasileira.

De há muito que se ouve falar na necessidade de pesado investimento na educação brasileira, só que o poder público nunca adota esta medida, porque, segundo reza a cartilha capitalista, na escassez de recursos, deve-se socorrer primeiramente a economia (leiam-se bancos e o grande capital), preterindo-se, sempre, o favorecimento das camadas inferiores da sociedade.

O sistema de cotas adotado por diversas universidades públicas brasileiras, como forma de amenizar a situação dos alunos secundaristas oriundos de escolas públicas em geral, e dos negros em particular, tem sido a única alternativa capaz de atenuar os efeitos dessa injusta e vergonhosa desigualdade educacional e social reinante secularmente no Brasil, fruto do desleixo político do Estado brasileiro, desde a proclamação da República. Apesar de tão nobre, essa iniciativa acadêmica tem sido sistematicamente difamada na mídia elitista nacional, como tem que se esperar que seja, qualquer benefício feito ao povo.

Afora a chuva de ações judiciais impetradas contra tal medida, na sua maioria infrutíferas, parte da elite brasileira não se cansa de bombardear esse sistema, que está em vias de se tornar lei federal, alardeando continuamente, na grande mídia, diversas alegações contrárias às cotas, julgando-as injustas e, principalmente, separatistas, tentando demonstrar, num malabarismo argumentativo risível e caótico, que o princípio constitucional republicano da igualdade será afetado. Temem, também, que o acesso à universidade pelas cotas raciais rebaixará a qualidade dos cursos acadêmicos, haja vista o despreparo dos alunos beneficiados. Há ainda outros argumentos, menos valiosos de tão sofríveis, de que se valem para tentar derrubar o projeto de lei em trâmite no Congresso Nacional, como, por exemplo, o de que não há racismo no Brasil.

Cabe, aqui, destacar dois pontos: primeiro, que ninguém está mais apto a exigir igualdade de direitos no Brasil do que a população afro-descendente, que, por mais de três séculos proveu e sustentou, com suor e sangue, as riquezas do país, e que, quando obteve sua migalha de liberdade, foi abandonada à própria sorte, sendo preterida em favor dos imigrantes europeus, como que num último golpe de misericórdia; segundo, que vestibular nenhum mede a capacidade de alguém em frequentar um curso superior, apenas define quem entra ou não, em função das vagas oferecidas. Isso se verifica em razão das circunstâncias especiais que o envolve, capazes de provocar o nervosismo juvenil, que afeta o desempenho dos candidatos no momento do exame.

Além disso, não é o aluno que faz a escola, mas o contrário. Isto vale também para a estrutura acadêmica. Nem todos os alunos da afamada USP são excepcionais, há medíocres também, assim como há uns e outros em todas as universidades do país. Portanto, o ingresso por meio das cotas não diminui em nada a qualidade dos cursos universitários. Para quem gosta, há estudos sérios demonstrando estatisticamente o desempenho igualitário entre cotistas e não-cotistas.
Mas por que ser a favor das cotas raciais, e não, sociais? Porque a dívida histórica do Brasil para com os negros, que todos a admitem, é uma tremenda e secular Injustiça (com "I" maiúsculo), que, por si só, já justifica o tal sistema de cotas. Além do mais, fica meio complicado separar negro de pobre. Contudo, só quem é negro (e há negrômetros, sim, a polícia e seguranças de shopping center que o digam) sabe o quanto dói a chibata da discriminação, talvez mais do que o chicote do capataz. Não sei se felizmente ou infelizmente, mas o racismo no Brasil só é exposto quando há uma afronta inesperada do negro contra um branco. É quando o cartão da madame não passa na maquininha de crédito, ou é quando uma empregada doméstica embarca desavisadamente no elevador social, ou ainda quando há um negro sentado na poltrona ao lado no avião. Aí, saem os insultos guardados no mais recôndito da alma: negrinha, crioula, pixaim, cabelo de bombril, etc, sem contar as famosas e famigeradas piadinhas/anedotas sobre negro, memorizadas aos montes pelos humoristas. É de um sofrimento só.

Por tudo isso, as cotas são extremamente necessárias a uma mudança de paradigma social, com reflexo positivo na auto-estima dos descendentes da raça. Mas, para que isso ocorra, precisamos urgentemente (não dá para esperar mais) de que haja mais personalidades negras, mais juízes negros, mais delegados negros, mais médicos negros, mais generais negros, mais governadores negros, mais prefeitos negros, mais congressistas negros, mais professores negros, mais empresários negros, mais industriais negros, mais engenheiros negros, mais cientistas negros, mais artistas de TV negros, mais modelos negros, mais comerciais de TV negros, mais jornalistas negros...E menos jogadores de futebol negros, menos policiais negros, menos bandidos negros, menos empregadas domésticas negras, menos mendigos negros, menos traficantes negros, menos prostitutas negras, menos miseráveis negros, menos trabalhadores braçais negros, menos garis negros, menos meninos de rua negros, menos analfabetos negros e mais paz social pra todos.

E assim, o Brasil possa desembocar num rio multicor de águas límpidas.
 
Publicação: www.paralerepensar.com.br 27/05/2008

Mude!

 
Nada é impossível de mudar
Bertold Brecht
 
"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar."

Cotas raciais

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/reacoes-as-cotas-subestimam-o-racismo/#todos-comentarios
 
Foto: Agência USP

Texto de Matheus Pichonelli

"Não que o sujeito a se posicionar contra as cotas seja necessariamente racista. Mas é fato que o racista será contra quaisquer formas de inclusão e pluralidade. Para ele o preconceito simplesmente não existe, e só não estuda ou trabalha qu...
em é vagabundo. (...)
Existem várias portas de saída para a pobreza. Nem todas estão imunes a boicotes: quem precisa de um financiamento, por exemplo, precisa ter a sorte de encontrar um gerente que vá com a sua cara. E é desnecessário lembrar que o Brasil não vai com a cara de negros – basta ver nas filas para adoção de bebês qual o perfil buscado pelos futuros papais. (...)
O simples lance (o hipotético pedido de empréstimo ou de emprego) pode ser determinante garantir recursos para estudos, livros, cursos de língua, transporte e moradia (porque estudo dos filhos não se faz só com a matrícula). Ninguém chega à escola nem à universidade por simples vontade: há uma série de complicadores, como vergonha e perseguições, a pesar para uns e não para outros. Ninguém fica minimamente à vontade num lugar onde é chamado de “macaco” de tempos em tempos por colegas, vizinhos, professores, diretores, seguranças. (...) A herança escravocrata é uma ferida aberta num país em que brancos e negros cometem os mesmos crimes, mas só uns são maioria nas prisões, e outros, maioria nas universidades. Muitos ficaram pelo caminho, e não foi por falta de esforço nem talento.""